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Neoplatonismo, macrovb.
vb. criado em 04/07/2013, 13h54m.
Barsa
Mais que simples retomada das idéias de Platão -- que sustentava existirem dois mundos: o visível, objeto dos sentidos, e o das [Idéias], objeto da inteligência -- e ao contrário do que o nome pode sugerir, o neoplatonismo foi uma verdadeira refundação da Metafísica clássica.
Última grande corrente filosófica da Grécia antiga, o neoplatonismo é a doutrina que se definiu no século III da era cristã e predominou na filosofia pagã do período tardio da antiguidade, até o ano 529. Na época, três correntes ideológicas disputavam a primazia: o Cristianismo, em ascensão; as religiões politeístas do [Paganismo]; e as correntes filosóficas gregas e, em particular, o Estoicismo.
O grande expoente do neoplatonismo foi Plotino, que elaborou a teoria da emanação ou panteísmo neoplatônico, segundo a qual o ser divino e o mundo são, em última análise, idênticos. Para Plotino, o mundo* não foi produzido do nada, mas emanou do próprio Uno, Divindade e [Bem] Supremo do qual procedem por emanação todas as coisas.
Do Uno deriva, primeiramente, o nous ou espírito, explicação de todas as coisas ao nível ideal e que equivale claramente ao mundo das idéias platônico. Do Nous emana a Alma, nome genérico que abrange três níveis distintos e hierarquizados: a alma suprema, que permanece em estreita união com o nous; a alma do todo, criadora do universo físico; e as almas particulares, que animam os corpos, os astros e todos os seres vivos.
O mais inferior grau da emanação divina é a Matéria, ou o mundo perceptível pelos sentidos. Plotino afirma que, ao chegar a esse nível extremo, a potência do Uno está enfraquecida a ponto de exaurir-se. A matéria sofre, pois, a privação do Bem Supremo e pode-se-lhe chamar de mal -- não uma força negativa autônoma que se opõe ao bem, mas a ausência do bem.
Se der atenção apenas a seu corpo, o homem -- alma (preexistente) que habita um corpo -- se vincula ao mal e esquece suas origens. A alma precisa despojar-se da ilusão da matéria, e só o consegue por meio do êxtase místico, no qual é exaltada e preenchida pelo Uno. Esse êxtase não é um dom gratuito de Deus, mas fruto do esforço do homem para unir-se à Divindade.
Amônio Sacas, fundador da escola de Alexandria (em torno do ano 200), foi o mestre com quem Plotino estudou por 11 anos (de 232 a 243) e de quem recebeu influência decisiva. Em 244, Plotino mudou-se para Roma e fundou sua própria escola. Após ensinar por dez anos, escreveu 54 tratados, posteriormente dispostos em seis grupos de nove por seu discípulo Porfírio, que deu à obra o título de Enéadas.
Outras escolas neoplatônicas se formaram, como a da Síria, fundada por Jâmblico, pouco depois do ano 300; a de Pérgamo, fundada por Edésio, discípulo de Jâmblico; a de Atenas, iniciada por Plutarco entre os séculos IV e V, que teve em Proclo seu representante mais insigne. Com o célebre edito de 529, Justiniano proibiu o funcionamento das escolas filosóficas de Atenas. O neoplatonismo persistiu ainda na segunda escola de Alexandria, que renascera na mesma época da fundação da escola de Atenas e sobreviveu até princípios do século VII.
f.: Barsa CD v. 1.11 (1995). Baseada na Nova Enciclopédia Barsa. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações (1 CD).
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O Neoplatonismo é uma forma de Monismo idealista /v. Idealismo. Plotino ensinou a existência de um Uno indescritível do qual emanou uma sequência de seres menores. Os filósofos do neoplatonismo tardio, especialmente Jâmblico, adicionaram centenas de deuses e seres intermediários como emanações entre o Uno e a humanidade. Mas o sistema de Plotino era muito mais simples em comparação. Os neoplatônicos não acreditavam no mal e negavam que este pudesse ter uma real existência no mundo. Isto era mais uma visão otimista do que dizer que tudo era, em última instância, bom. Era dizer apenas que algumas coisas eram menos perfeitas que outras. O que outros chamavam de mal, os neoplatônicos chamavam de imperfeição, de "ausência de bem". Neoplatônicos acreditavam que a perfeição humana e a felicidade poderiam ser obtidas neste mundo e que alguém não precisaria esperar uma pós-vida (como na doutrina cristã). Perfeição e felicidade (uma só e mesma coisa) poderiam ser adquiridas pela devoção à contemplação filosófica.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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